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quarta-feira, setembro 24, 2003

onde findo...tu emerges...

Febril, sem voz, e a tossir até sentir o doce do muco. Eis o (ex)aniversariante destemido...errando plos anos.
Passei meses a pensar que eram demais. Que não podia ser. Alguém deve ter gasto os créditos por mim. Que estou a muitos níveis daquilo que quero ser e já me informam:

- Insert Coin........

Nos últimos anos, costumo rever todo o ano em imagens e cheiros. Faço os cálculos, "números
raízes quadradas de somas subtraídas"
e calculo a média. Estranhamente...a média aumenta consoante o meu índice de frustração. Não necessariamente dor, mas desalento.
Este foi o ano que mais voltas deu, estando eu parado. Tudo me fugiu das mãos. Sucesso...amigos...dinheiro. Mas não me sinto mais sozinho, muito pelo contrario!
Ironia das ironias...sempre tive a explicação a minha frente. E, mesmo assim, nunca reparei("se tens olhos vê. se consegues ver, repara."). Na feira do livro, quando me retirava do auditório(depois do Miguel Borges) ouvi alguém falar de um livro..."a história de pi". Julguei que seria mais um livro enfadonho de mat. Embora fugisse do pi fui de encontro com outros vultos da literatura. Mas isso é outra história.
Dias depois, no tambémqueroaminhaviagemavoltadomundo Acontece da RTP2, ouvi uma entrevista com um senhor que é autor do livro(não me lembro do nome). Por mais cliché que pareça a partida as suas ideias, poucos me fizeram pensar como ele. Ele dizia que não nos podemos afeiçoar aos objectos NEM as pessoas. Nem as pessoas! Porque a qualquer momento os podemos perder. Por mais cobardola que pareça a teoria, ela fez-me mudar uma certa forma de pensar. Sou obsessivamente preso a alguns objectos(jornais) e bastante mais ao espaço. Aquilo que entendo como espaço...que inclui vários subespaços...entre eles o físico e o (tão famoso para o AC.to) espaço vital. Embora o não nos prendermos a ninguém (ao ponto de sentir-mos falta na sua ausência permanente) seja um crime para quem ousa viver, acho que a forma obsessiva como analiso alguns aspectos da vida corrói o ser pensante e destemido que há em mim.
Não querendo perder-me (mais ainda). Neste ano tive pseudo-paixões, pseudo-desculpas, nenhum perdão. Tive oportunidades, agarrei algumas, superei-me. Apercebi-me da volatilidade da amizade, acrescentei álcool e obtive respostas.
Ausentei-me de todos para procurar os anos perdidos. Para concluir que "quando encontrei a resposta, a pergunta não fazia sentido".

Por isso faço-me ao asfalto da vida acariciando a aventura com tardes de prazer. A estrada é tortuosa mas é minha!

Tardes de cumplicidades e risos. Onde c. me embaraça quando a gripe me impede de falar.
E aproveito o teu colo para repousar... é onde findo, que tu emerges.

terça-feira, setembro 23, 2003

In A Fast German Car I'm Amazed How I Survived

Musica do Dia : Radiohead - Airbag

Conduzi o carro com cuidado. Com cautela. De uma forma defensiva. Não obrigatoriamente devagar, porque a tal não me sinto obrigado. Abro a janela ao escuro da noite e deixo o frio entrar. A realidade toda existe à  minha frente, nos cones de luz projectados pelos farois do carro. Acelero. A estrada desfila sob mim sem grandes curvas, rodeada de pequenas arvores e arbustos que se curvam ao meu caminho. Do retrovisor tenho medo. Quando travo, mesmo ao de leve, a luz de stop acende-se e um mundo inteiro diabolico acontece atrás de mim. O vermelho enche o escuro, suavemente, apenas por um instante. Juro ver um homem, o diabo um monstro lá atrás, a correr entre duas arvores. Depois tudo se apaga para ele aparecer de novo, cada vez menos discreto, um pouco mais à frente noutra curva qualquer. Passo por uma pequena aldeia. É escura, ninguém me ouve, as crianças talvez já estejam a dormir ou mortas. A noite de insectos alados e má¡gicos colide em pancadas moles com o parabrisas. Uma curva, depois outra, ainda mais outra. Acendo um cigarro e espero que algo aconteça. Uma bomba, o rebentar de um pneu, a queda de um cometa. Algo diferente, violento. Que se foda a segurança.
Chego finalmente ao cruzamento. Há uma casa que me espera no alto da colina. Olho o conta-quilometros e descubro que fiz 150Km numa viagem que podia ter feito em vinte. Demorei-me, dei-te tempo homem maldito e nada aconteceu. Paro o carro à  porta da casa impecávelmente cuidada com um sentimento de raiva e desilusão. Amanhã. Talvez amanhã.

segunda-feira, setembro 22, 2003

Lots Of Laughter And Sex

You said, when we embarked on this great adventure together, that lots of laughter was essencial in a relationship.

I agreed.

You also made the point that a great deal of sex was of equal importance.

Again, I agreed. Wholeheartedly.

In fact I remember your exact words : laughter and sex are the barometers of a relationship. That was the statement you made, if I remember it correcty.

Don't get me wrong. I couldn't agree more. But not at the same time, ya fucking cow.


Irvine Welsh, in "The Acid House"

Lagrimas em C.

não imagino a tua dor...
Sabes? Por vezes fazemos coisas que nem imaginamos a repercussão que terão. A dor que vamos despoletar. Os dogmas que vamos enterrar. Os momentos que vamos perder. A Vida que deixamos escapar.
Por difícil que, há primeira, te pareça...nem tudo tem a sua razão de ser. Dificilmente encontraras razão para o sucedido...quando a encontrares será tarde demais. Não que tu tenhas chegado tarde. A solução é que se perdeu nas encruzilhadas da dor. Gostaria de dizer muito mais...que, por estranho que pareça, eu entendo a dor dele. Sei o que ele não encontrou...não sei como se perdeu.

domingo, setembro 21, 2003

Português, a mais bela de todas as linguas

Musica do Dia : Toranja - Carta

"Não falei contigo
com medo que os montes e vales que me achas
caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
que a estabilidade lógica
de quem não quer explodir
faça bem ao escudo que és...


Saudade é o ar
que vou sugando e aceitando
como fruto de Verão
nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também
que num dia maior serás trapézio sem rede
a pairar sobre o mundo
e tudo o que vejo...


Desconfio que ainda não reparaste
que o teu destino foi inventado
por gira-discos estragados
aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
de sincronização do coração
são leis como paredes e tetos
cujos vidros vais pisando...


Anseio o dia em que acordares
por cima de todos os teus números
raízes quadradas de somas subtraídas
sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
um ciclo vicioso
harmonioso do teu gesto mimado
e à palma da tua mão...


Desculpa se te fiz fogo e noite
sem pedir autorização por escrito
ao sindicato dos Deuses...
mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
como refúgio dos meus sentidos
pedaço de silêncios perdidos
que voltei a encontrar em ti...


Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém
magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.


Toranja, in Carta

quinta-feira, setembro 18, 2003

Empresta-me o violoncelo, deixa-me tocar aquela parte do "Many times i've been alone..."

Musica do Dia : The Beatles - The Long And Widing Road

Ando dormir muito pouco. Sinto-me cansado, deprimido, derrotado. Não por esta ordem. Outra qualquer que não esta. O fim da tarde morno, o ruido dos carros na parte fora da janela, um bocejo enorme do tamanho ao Tejo lá ao fundo. Preciso de um carro, de um computador, de melhor formação, um emprego estável, dinheiro, uma casa, uma familia, amigos que se riam das minhas piadas, sexo seguro, um mundo onde ninguém morra, noticias boas, felizes, alegres todos os dias no meu outlook express. Click click. All Files Will Be Lost!!! Are Sure You Want To Quit? (Y/N) Press R to Start A New Life.

quarta-feira, setembro 17, 2003

Quando for grande quero ser o Sal Paradise e ter um amigo chamado Dean Moriarty

Musica do Dia : Ben Kweller - Made It Up

Semaninha complicada esta. Recomeço de aulas, uma vontade doida de que toda a acção começe, afinal este pode ser o principio do meu ultimo ano como aluno.

Pois é, larguei finalmente a companhia do Jack Kerouac ao acabar de ler o "Pela Estrada Fora". Um livro daqueles grandiosos, sonhadores, que nos deixa a pensar na forma imbecil como vivemos a nossa vida. Com medo de tudo, agarrados às coisas que chamamos de conforto e segurança, amedrontados de mais de sair da toca onde fomos criados. Os lobos é que tem razão. Quando as crias crescem o suficiente os pais correm com elas. Já sabes andar, porreiro. Põe-te a milhas. Não ficam ali cheios de pachorra a vê-los a gastar anos de vida a estudar. E somos nós os animais racionais.

"Pela Estrada Fora" é sobretudo um livro sobre viagens, sobre as famosas road trips, correndo o continente americano de ponta a ponta. Só não fala é de bandidos ou de cadillacs lustrosos e impecavelmente limpos, daqueles que nos habituamos nas historias de hollywood. Falam de gente normal, mas com um bocadinho mais de tomates. Ou talvez fosse outro tempo. Gajos novos que se metem a caminho com um punhado de dolares no bolso, que se sujeitavam a viajar à boleia, a passar fome, a ter que parar uma semana algures para trabalhar, juntando e poupando cada migalha de dinheiro para lhe permitir seguir caminho. E a musica, a loucura da musica que acompanha todas as viagens, os sons loucos do jazz, do bebop ritmado dos bares sujos e escuros dos estados unidos. Queria lá ter estado, quero ser só por uma viagem Sal Paradise. Quero viajar pela europa que tenho a descobrir pó de estrada e gente e continuar sempre, vivendo tudo, roubar perder ganhar amar sofrer ter fome chorar rir beber gritar cantar ser livre, uma vez e seria como se fosse para sempre.


domingo, setembro 14, 2003

Felicidades aos noivos

Este Sábado fui ao casamento do primo da minha prima...que faz de mim primo da prima dele, respectivamente. Ou seja, nada.
Há 3 anos atrás fui ao casamento da prima da minha prima...que faz de mim primo da prima dela. Ou seja, Nada.
O copo de água foi Bom, a sapateira era Excelente e...3 anos, 2divórcios e 1 filho depois...o copo de água foi bom, a sapateira era excelente. A história repete-se.
(o restaurante situa-se no Alentejo mesmo na recta de...nenhures.)
Porque raio em enésimos convidados as únicas gajas boas ou estão com o filho(ou estão comprometidas) ou são as minhas primas?
Dito isto tenho 3 coisas boas a dizer acerca do acto de casar:






Pronto, já está.

Felicidades aos noivos.

(PS- Não desejo casar, por isso, parem com os convites)
Domingo 14 Setembro de 2003 1.58

sexta-feira, setembro 12, 2003

PARABÉNS!! Homónimos-Anónimos

Nesta semana que começou em insónia e findou de súbito(como a caganeira), gostava de postar que foi um marco. Tipo Picoto e tal. Subi o monte e agora vejo paisagem a perder de vista. obrigado homónimo.

Apesar de muitas propostas e de salários chorudos...o Homónimos-Anónimos não cede, mantém-se como nasceu...no Anonimato.

Fui à Lua, Volto já...

Se o irmão for Almada e o amigo Alcantra, a ponte 25 de abril será o primo. O Primo é, assim, uma ponte para cada um dos lados. Ora tende para um (que inevitavelmente não escolhemos) ou para outro (que procuramos toda a vida). Há primos que nunca vimos e nunca conhecemos, e do nada aparecem...assim, num casamento do primo do sobrinho da tia(que ninguém conhece) da avó. O segredo está em manter sempre o sorriso e chamar primo a todos(mesmo ao barman). Com o sol e a secura o sorriso torna-se falso e a caibra no maxilar insuportável, aí bebo um martini (ou mesmo 4) e o ciclo repete-se. Esses primos são uma ponte...mas do tipo Entre-os-rios. Quando nos apercebemos que ela existe...já lá não esta.
Depois temos os primos que vimos todas as férias. Que sabemos o nome e em que ano estudam. Manter sempre o mesmo sorriso neste caso também é importante(não vá a mãe achar que não somos 1 bela família). Que queremos ver longe mas quando lá tem de ser...faz-se um esforço. Estes são tipo Ponte da ribeira de agualva.
Temos depois, os primos que tratamos pelo nome. Que só nos apercebemos que o são quando nos dizem que os nossos pais são irmãos. São mesmo aquilo que se chama "Família". Todos os belos momentos da nossa infância são passados com eles. Os Primeiros passos de dança. O Primeiro mergulho. A teoria do Primeiro beijo. O Primeiro beijo(com outra pessoa!!). A Primeira briga...o Primeiro perdão. São as Pontes vasco da gama. Feitas para um record de vida. Para acelerar até aos 200 sem medo de ser apanhado pla bófia. Que saltitam entre o amigo de sempre, e a ausência de irmão.

Hoje recebi um convite para jantar com uma Ponte vasco da gama.
(Na casa de irmão da minha mãe...meu Padrinho portanto, um bacano! )
Passei grande parte da minha infância lá. E vi tudo o que mudou...e foi tanto. Comemos frango do esteves(passo a pub) e rimo-nos da "sapateadora" de futuro pouco brilhante(no sapateado, claro). Se se tratasse apenas de uma economista, eu hesitaria mas eu estava perante a Miss Pifo Fundada 2003, CARAMBA! Então não hesitei com perguntas maçadoras como, o que é a inflação e outras banalidades.
Engraçado quando paramos por momentos...e observamos todos a nossa volta...como filme em camara-lenta...sem ouvir o que dizem. Se nos esforçamos mesmo bem, podemos ver crianças feitas adultos e, de súbito, adultos feitos crianças. Num instante rugas em forma de experiência, no outro tranças em forma de inocência. O sorriso passa a ser cuidado...domado. Deixa de ser o repentino por que sim. Porque quero rir! Passa a ter de haver motivo para rir. Passa a haver motivo para tudo. Quente e frio como sobremesa, claro. Nunca pode ser com batatas fritas ou frango. Depois de o quente e frio deixar de ter sentido passamos rapidamente para o café. A televisão passa a fazer sentido para mais cerejas ou mesmos ramos de conversa e até o frigorífico deixa de ter o seu próprio sentido. Passa a ser placard de informações...perdidos e achados...Classificados...necrologia.

No frigorífico a ausência avisa á população: Fui à Lua, Volto já...


Obrigado Elsa

quinta-feira, setembro 11, 2003

É um misterio profundo, é o queira ou não queira....

Musica do Dia : Antonio Carlos Jobim e Elis Regina - Águas de Março

Sorrio sempre ao ouvir esta musica. É impossivel o contrário. Na parte final quando Tom e a Elis aceleram, quando o desafio de dois seres maiores que a vida se torna diversão, quando ambos literamente brincam com os sons, com o ritmo, com as palavras que não existem mas só podem ser brasileiras, a voz arranhada da Elis e se nota claramente que ela se ri, com aquele riso enorme da linda Elis, linda, linda...

Deve ser um dos melhores album de todos os tempos, Elis & Tom de 1974. Uma perola linda, suave, doce, na mais bela lingua de todas, o português. Do jogo vocal deste "Águas de Março", com o Tom Jobim que nem tinha grande voz a gozar à grande, ao sensual "Só Tinha de Ser Com Voçê" (É voçê que é feito de azul, me deixa morar nesse azul, me deixa encontrar minha paz, voçê que é bonito demais...), ao simples mas verdadeiro "Brigas Nunca Mais", ao doloroso "Inutil Paisagem" (ouvido tantas vezes por mim de cabeça encostado ao vidro de um comboio, de um autocarro).

É chover no molhado dizer que Tom Jobim foi um génio, daqueles de todo o tamanho. É fazer o mesmo em dizer que a Elis era uma mulher linda em todos os sentidos. No rosto brilhante, na forma como torcia as palavras, as cobria de mel ou as fazia brilhar no cimo do palco. E nunca morreram, são eternos.


Textos Passados - Capitulo 1

15/05/2K

Um destes dias sobrevoei a cidade num balão de ar quente. Imaginei-te como um ponto azul e segui o teu rasto, o caminho entre casa e as coisas que sempre há que fazer. Seguias por avenidas que também eu corro, escondias-te da luz nas mesmas estações de metro. Paravas aqui, sorrias, dizias adeus a quem o tempo fez teu conhecido. Pensavas no mar, nas estrelas, e só por isso também eu sorria.
Mas nunca olhaste para cima, não voltaste a pensar em mim. Ontem foi o dia em que foste embora sem poder haver amor. Amanhã é o dia que voltas, e contigo a paz. Hoje dura sempre e eu suspenso, até ao final do ar quente.



quarta-feira, setembro 10, 2003

Post do meu "tamanho"(insuficiente, inacabado)

Paro. Em frente a um jardim enorme ...

(há quanto tempo juraste a ti mesmo que lá ias procurar-te, encontrar-te?)

3 anos passaram e sempre as mesmas árvores, sempre o mesmo edifício

(Pupilos do exército)

a estrada mudou ligeiramente...obras, logo no primeiro ano, viadutos que emergiram, viadutos que imergem!
E eu sempre na mesma. Como o comboio. Parado.
Olho para uma bela rapariga...

(engraçado que em 3 anos tanto olhaste...
...caras sempre diferentes...a história, essa, foi sempre a mesma)

...com certeza que também fui olhado, que alguém olhou para mim...uma ou outra vez...assim de relance.

Amadora...

(não era este o jardim que te era prometido?...
...que te era prometido prometeres como prometeste...
a uma, a outra, a tantas e tão poucas. O tal passeio de luz repleto (embora de uma noite se tratasse)?)

O sono. todo este comboio é sono! Que sono é este que permitiu que permitissem (uns) sonâmbulos camuflar com tinta branca essa frase?

("Verdadeiramente escravo é aquele que se julga Livre" em Queluz M.)

blogófilos-anónimos...

"Uma pessoa como eu, que percebe tanto de informática como o Futre percebia de física quântica, treme de pânico de cada vez que, por insondáveis contingências do destino electrónico, um belo dia - por exemplo - só se vê o cabeçalho, noutro os textos estão todos a negrito, noutro ainda é o cursor que não mexe, o site meter que desaparece ou a entrada no DC que demora mais a processar que um raciocínio de Luís Delgado. Um totó dos computadores com a mania da perseguição imagina logo cenários apocalípticos de vírus mal-intencionados e tentativas de sabotagem dignas de uma Al-Qaeda dos blogófilos-anónimos. Sim, sou um cretino."


Desengane-se Sr Luis Filipe desejo casar Borges, não somos da Al-Qaeda(somos mais práticos a mandar "bombas" aos EUA) e por favor...trate-nos pelo nome...Homónimos...Srs Homónimos(blogófilos é mt vago).

segunda-feira, setembro 08, 2003

Paulito amigo! o Homónimo está contigo!

"Pouco tempo depois do meu regresso a NY (julho de 1974), um amigo contou-me a historia seguite. Ela decorre na jugoslávia, durante os que iriam ser os últimos meses da Segunda Guerra Mundial.
O tio de S. era membro de um grupo de nacionalistas sérvios que combatiam a ocupação nazi. Ao acordarem, uma manhá, ele e os seus companheiros aperceberam-se de que as tropas alemães os tinham cercado. Estavam metidos na casa de uma quinta algures no campo, trinta centímetros de neve cobriam o solo, e não havia qualquer possibilidade de escapar. Nã sabendo o que fazer, os homens devidiram tirar à sorte o seu plano consistia em saírem o mais rápido possivel pela neve, e ver se conseguiam pôr a salvo. Em resultado da tiragem, o tio de S. devia ser o terceiro a sair.
Olhou pela janela o primeiro homem a correr pelo campo coberto de neve. hove uma barreira de tiros de metralhadora vindos da floresta e ele foi abatido. um momento depois, o segundo homem saiu, e passou-se a mesma coisa: as metralhadoras soaram, e ele caiu morto na neve.
Era então a vez do tio do meu amigo. Não sei se ele hesitou na soleira da porta, não sei que pensamentos o assaltaram naquele momento. A única coisa que me contaram foi que ele começou a correr, abrindo caminho pela neve com todas as suas forças. Parecia-lhe que corria há uma eternidade. Então, subidtamente, sentiu uma dor na perna. Um segundo depois, um calor irresistível espalhou-se-lhe pelo corpo e em seguida perdeu a consciência.
Quando voltou a si, encontrava-se deitado de costas na carroça de um camponês. Não tinha nenhuma ideia de quanto tempo passara, nenhuma ideia da maneira como fora salvo. Tinha simplesmntee aberto os olhos - e la estava ele, deitado num carro puxado por um cavalo ou por um mula numa estrada de campo, olhando fixamente a nuca de um camponês. Olhou aquela nuca durante varios segundos, e depois começou o trotar das explosões vindo da floresta. Fraco de mais para se mexer, continuou a olhar a nuca e, subitamente, esta desapareceu. Saltou do corpo do camponês, e onde um momento antes tinha estado um homem inteiro, estava agora um homem sem cabeça.
Mais barulho, mais agitação. Se o cavalo continuou ou não a puxar o carro, não o sei dizer, mas poucos minutos depois, talvez até segundos, um grande contigente de tropas russas invadiu a estrada. Jipes, tanques, um ror de soldados. Quando o oficial que comandava as tropas viu a perna do tio de S., mandou-o rapidamente para a enfermaria que tinham instalado na vizinhança. Não era mais do que uma desengonçada cabana de madeira, talvez um galinheiro, ou provavelmente um barracão qualquer de alguma quinta. Ali, o médico militar russo anunciou que se podia salvar a perna. «Estava demasiadamente ferida», disse, «e tinha de a amputar.»
O tio do meu amigo começou a gritar «Não me ampute a perna!», berrava, «por favor, peço-lhe, não me corte a perna!» Mas niguém lhe prestava atenção. Os enfermeiros amarraram-no á mesa de operações, e o médico pegou no serrote. No momento em que se preparava para rasgar a pele, houve outra explosão. O tecto da enfermaria caíu, as paredes ruíram, todo o local foi atingido. E, mais uma vez, o tio de S. desmaiou.
Quando voltou a si, desta vez, estava deitado numa cama. Os lenções eram limpos e macios, havia cheiros agradáveis no quarto e a sua perna ainda estava agarrada ao corpo. Um momento depois, olhava a cara de uma jovem mulher bonita. Ela sorria-lhe, ao mesmo tempo que lhe dava a comer um caldo à colher. Sem saber como, tinha sido novamente salvo e levado para uma outra casa de campo. Durante vários minutos, depois de ter voltado a si, o tio de S. não tinha a certeza se estava vivo ou morto. Parecia-lhe possível que tivesse acordado no Paraíso.
Ficou nessa casa até estar restabelecido e apaixonou-se pela jovem mulher bonita, mas o seu romance não teve futuro. Gostaria de saber porquê, mas S. nunca me deu os pormenores. O que eu sei é que o tio dele ficou com a perna - e que quando acabou a guerra, partiu para a América a fim de começar uma vida nova. De um modo ou de outro (as circunstâncias são obscuras para mim), ele acabou como angariador de seguros em Chicago."


O que acabais de ler... é uma das 13 historias(de acontecimentos bizarros) que fazem parte do "Caderno Vermelho" de Paul Auster.
Visto não querer ser confundido com uma tal de Clarra Pinto Correia(coitada ja levou tanto na mona...) devo sublinhar...ou melhor boldar:


Comprei-o hoje na fnac por apenas €2,70


...

com fome, mas sem apetite. Com MUITO sono mas sem conseguir dormir de noite.

"loucas são as noites que passo sem dormir" ja dizia Pedro banaisolhoscastanhos Abrunhosa.
sabe lá ele do que esta a falar?

são noites longas de passar pla loucura(sem serem loucas) e com uma pitada de ansiedade pla manhã.

vida triste é esta...vida de blogger.
(já há muito que não me sentia tão parvo e tão feliz.)
Musica do Dia : Talking Heads // Wild Wild Life


Hey men... andas com a pica toda! ; ) Headphones nos ouvidos, tá na hora de escrever. O David Byrne a cantar como pode e mesmo assim a ser bestial, vou descobrindo cada vez mais estes Talkings Heads embora continue a preferir as cenas dele a solo. Sozinho o homem têm-se dedicado completamente à world music, which means, tem composto musica com letras perfeitamente pop em cima de sambas, rumbas, bossanovas e ritmos tribais africanos. Mas antes disso haviam os Talking Heads. Uns gajos que por acaso até escreveram uma musica chamada Radio Head. Que nem é má de todo. E é preciso um gajo passar uma noite no Hard Rock Café a ver uns clips montes de velhos, para chegar a casa e começar a vasculhar por esses cds. Mas sim, sr. Homonimo. Elliott Smith continua a ser genial! Novo album é que esquece lá isso, não há jeito de sair cá para fora (Embora já exista um single à venda, Pretty (Ugly Before), que até é uma musica simpática). Eu cá ando à espera... Como também espero pela primeira parte do Kill Bill e pelo Once Upon a Time in México, pelo best of dos Ornatos e mais um episodio do Indiana Jones. E quanto ao Jeff Buckley vai ao Hard Rock... Presta uma homenagem ao disco de ouro do homem. May he rest in peace.

o que me move?

(não há um anuncio qualquer com este tema?). O que me faz manter ainda acordado depois de ontem nada dormir? O que fez jeff buckley tocar como encantou? O que o fez morrer sem aviso?
Descobri um site que pode arranjar quase todas as respostas a estas e outras perguntas. Tem posts do génio e até podemos enviar um mail a mãe dele. Á primeira vista tudo parece propaganda barata e uso abusivo da imagem do defunto...mas não. Acredito que ele quereria eternizar-se em forma de clave de sol. Em forma de música, que tocasse todos nós de uma forma como ele tocava...genial.


para quê dormir, para quê encerrar o dia de forma brusca roncando á desgarrada com o vizinho?( Pelo menos algo mais apetecível ao ouvido...um Elliot Smith diria o meu homónimo(já deves andar noutra mas...).)...se tudo correu tão bem desde o ultimo encontro com o vale dos lençóis. Num piscar de olhos (mais longo que o habitual por causa do sono) nasce o KSMProductions...de perder toda a(ou a que restava) sanidade mental. Todos os projectos de curtas estão de vento em popa!

Arrasto-me plos penedos e vales do sono para um café que prometia. Há pois prometia...chapada, gritos e manchas de café nas calças(com o dito bem passado incluído). A minha estratégia de dates passa sempre por não aparecer a horas embora á portinha da casa da dama(xiii...parece mesmo á bairro...risca!)...da presa(ou fema em S.Miguelence). Ê que béla fema...mute requinha!!
Chegado ao checkpoint...há que esperar pacientemente(com experiência (que tenho), o segredo está em mandar toque em cima da curva) e não pode falhar o jornal(Não gozes muito homónimo!) que, para alem de dar 1 ar intelectualoide (de esquerda), também serve para ser lido de forma a tolerar o típico atraso da fema.
A presa sorri...até aqui tudo bem. A presa pede beijo...estamos no bom caminho. Estranhos espasmos na cara...que se transformam num rasgado sorriso até ao extremo do ridículo(praí uns "20, 80 ou mais" ridículo). Para que o silêncio não sirva de reflexo daquilo que realmente tendes na cabeça, moçoilos inexperientes, á que preenche-lo com toda a Crap que imaginardes.
Chegado ao café...e com uma secura do caraças(500m de conversa)...há que pedir uma água das pedras fresca(não vá a presa julgar que não sou suficientemente escaldante) e um café(esse sim quente, convém) para não adormecer com as suas doces conversas sobre compras(tu sabes que não é para ti...). Se a espécie não for do tipo falador (nonfalatistipus) temos de levar a água ao moinho, levar o Maomé á montanha, implementar a paz no Iraque...enfim tudo coisas impossíveis, para que a presa não perca a vontade e vá pastar pra outros montes...ou montanhas(mesmo) com uma ponte tipo vasco da gama e tal(que é o meu caso). Depois há que trabalhá-la como os carros...esticá-lo ao máximo...quanto mais atrasada ela chegar ao prox compromisso melhor, sobe-se no ranking e na gear da máquina.
O objectivo foi cumprido. O café tem de fechar...a mudança foi esticada ao máximo sem o motor partir. Aí, á que reduzir a velocidade...trazer a fema a casa(mesmo que tenham uma bruta de uma vontade de aliviar a cobra zarolha)...e dar leves aceleradelas(de conversa) antes de desligar o motor para que não se parta o turbo(afinal ainda a queremos para viagens maiores...road trip?). Tento fugir agarrado ao pessegueiro(obr Xana) mas quem dita o fim da obra é sempre a musa!
Um beijo...2 beijos...o livro foi seguido a risca e com o sucesso pretendido. Uma tarde como não tinha há muito tempo(nem sei quanto...80 não deve chegar...fico-me plo mais...muito mais).


O que me move? nestas horas de fadiga extrema, moves-me tu Diana.


Ao Som de Doves

domingo, setembro 07, 2003

thank god for the 70's

There was me, that is Alex and my three droogs, that is Pete, Georgie and Dim. And we sat in the Korova milkbar trying to make up our razoodocks what to do with the evening. The Korova milkbar served milk plus. Milk plus vellocet, or synthemesc, or drencrom, which was what we were drinking. This would sharpen you up and make you ready for a bit of the old ultra-violence.

É assim que dá início o mais recente filme que tive oportunidade de ver(Clockwork Orange em divx). Por coincidência (ou não) tornou-se na figura de relevo e capa de mais um volume sobre filmes da década...sendo, desta vez, a década de 70(já lançados os volumes das décadas de 90 e 80). Movies of the 70's de Taschen, assim se chama. Por uns míseros €29.99 passamos a saber tudo sobre o Clockwork Orange(Laranja mecânica), o Tubarão, guerra das estrelas, o padrinho, etc...nas bancas. Falando do filme já agora(Clockwork Orange). Fiquei embasbacado quando reparei que era um filme de 1971(é verdade que a musiquinha de início fazia lembrar muito o 2001 odisseia no espaço) , 11anos mais velho que eu e de há 33anos atrás!! O Desejo de pilhar de vandalizar que afronta os adolescentes da agora é muito bem retractado nesse filme de há 33anos. Eu próprio me senti muito bem retractado e por isso agoniado enquanto o via. Embora peque no final, a obra em si não deixa de ser muito positiva e muito actual. Porque não repor estes clássicos no cinema para que possa-mos rir ás nossas custas e do nosso pseudo desenvolvimento?


Obrigado EDP

Depois de estar a escrever um belo de um post que seria sobre a musa do momento...o nascer do sol. Levo com 1 corte repentino de energia...e puff para o post. Fico agora a espera de inspiração...

sábado, setembro 06, 2003

Saudade...saudade...



Suavezito para bajo

Musica do Dia : Badly Drawn Boy // You Were Right

É tarde, estou cansado. Hoje é sexta mas não sai. Estarei a ficar velho? Acomodado? A noite é uma série de caras que se repetem em todos os bares, quilometro atrás de quilometro. O chico esperto de cabelo espetado a servir no bar, as pitas-galdérias de cigarro nos beiços soprando bafos de consistente maturidade e ocasionalmente alguém pelo gozo, pela musica, pela diversão. Sempre igual. Tudo pelo mesmo, uma treta qualquer de prazer carnal, como se a luz do dia fosse o principal inibidor da nossa capacidade de comunicar e só á noite os corpos se assanhassem. Porque se a musica existe e está lá, é verdade também que ela pouco importa. Se assim não fosse, porque raio é ela sempre igual? Samba ranhoso, dança de duas notas, batida monotona. A bebida cara que nem cornos a enriquecer os bolsos do gajo de fato preto. Um gajo trabalha 5 dias por semana, obedece a um patrão que é um filha da puta e só manda fazer coisas imbecis. E o que fazemos com a nossa noite de fim de semana? Bar. Discoteca. Consumo Minimo. Idiota espanhol que berrando nas colunas nos manda mexer o rabo para a direcha, para la izquierda. Paus Mandados.

Noite...

O que há de especial na noite? Não sei onde(Tv...conhecidos?) oiço imensas vezes que é a magia...o movimento, a festa...que as pessoas são mais isto mais aquilo...que são seres da noite. Isto só me dá mesmo para rir!
A noite não são os bares(porra! porque é que nunca aumentam a merda da luz!!) nem as falsas de saltos altos! Não são as putas os proxenetas e traficantes.
A noite é o elevar do caixote do lixo para o contentor as 2h...o limpar do pavimento as 4h. É o estar mais sozinho que nunca. O estar sob a ausência de todos. É ser deus quando todos dormem...e deixar que o amanhecer nos recorde que somos o que era-mos ontem...luz fusca.

sexta-feira, setembro 05, 2003

Se calhar sou só eu...





in Público

Não sei porquê mas este calvin cada vez me parece mais com um tal de jorge qualquer coisa das Américas...
...Se calhar sou só eu...

bloga la!

Bruno Marques Under A Lilac Tree says:
não tenhas, assim perde a piada
Bruno Marques Under A Lilac Tree says:
deixa sair o q calhar

...e assim deito a Y para o chão juntamente com o manual c-compiler-51.

de cotovelo no tampo e de mão no queixo, recordo como começou....

- este é o bruno...
- BOA! eu tb sou bruno...deves ser boa pessoa!- disse eu
(ele não me pareceu ir muito a bola e disse)
- Ha...boa...um homónimo...
- ho qê?
- H-O-M-O-N-I-M-O...
- o que é isso!?
- vai ver ao dicionário...
(que bom...ainda agora me conhecia e já me dava ordens...estavamos a ir bem...)

daí a uma bela de uma chiba foi um saltinho(o embrião dos Broa)...
até me armei em simpático e fui dar uma garrafinha de água ao Estrada depois do seu estômago teimar em dizer ao mundo o que ele tinha tido como jantar...(sintomas de gravidez?).
- és do cacem?
- sim..
- eu tenho um amigo do cacém que é meu colega...o Luis...anda numas cenas tipo...yaaaa...
- LUIS!! SHOTOKAN!? SIM! UM TIPO DO GINMODANCE! YA! ALTO CABELO E TAL! POIS!!!! ESSE! - disse minha pessoa - como o mundo é pequeno...

E, não posso dizer ao certo mas, quase de certeza que bebemos os dois um trago daquilo que tinhamos na mão (cerveja? com certeza.) enquanto nos deixavamos embriagar, também, por sons pimba.

o tempo voou...a ressaca acalmou...e fui ver ao dicionário (tss tss...tao verdinho na altura meu deus...).
e não seria a primeira coisa que iria aprender contigo...não sei como, apareci no IST para conhecer as maravilhas das máquinas de estados...e mesmo com a vossa ajuda la tive de repetir SD(quando a cabeça não tem juí­zo...).

os anos têm passado desde então...e...Xiii, incrivel! são 3 né? grande cena... desde o primeiro momento que nunca deu para perceber quem era quem:

- então o homónimo não vem?
- mas o homónimo esta aqui!!
ou
- então homónimo td bem? (eu)
- então homónimo td bem? (tu)

Esta confusão durou anos na minha cabeça. E, embora todos me chamem homónimo, eu teimo em chamar-te o que me ensinaste. Homónimo.

Leva daqui o meu abraço de volta, por aquele que me deste na vila este ano...enquanto me esforçava para que não percebeces que o pranto me espreitava...


estamos quites
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Fui hoje ao planetário. É estranho voltar a sitio que nunca mais visitaste deste os tempos da primária. Tudo parece mais pequeno, como se toda aquela sala tivesse encolhido desde a ultima vez que a visitei. Devia ter 8 anos da ultima vez. As estrelas brilhavam lá em cima e pareciam reais, no final havia uma trovoada que me deixava assustado e me fazia tapar os olhos. Agora não. Tudo me pareceu plástico e falso. Ri-me dos relampagos mal feitos, das estrelas de um amarelo pardo a precisar de lavagem. Quando acabou estava desiludido. Uma memória de infância fodida assim, num repente, quase sem querer. Se não tivesse lá ido mais tarde diria "O planetário? Adorava lá ir quando era miudo!". Agora não. Direi "Men, aquilo é uma banhada, as cadeiras nem chegam aos calcanhares das que há nas salas Lusomundo e o som nem sequer é stereo". Matam-se memórias como se atropelam gatos. Ups, coitadinho e na proxima curva estás de novo a pensar no jantar, na bola, no amor que te atrapalha ou te faz falta.