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sábado, fevereiro 28, 2004

C (Como És)

C (Como És)

Eu só quero o teu namoro
Não quero os papeis, nem amarras
Que te afastem de mim
Quero ouvir o teu corpo
Gritar com alma: sim!

Eu não quero o teu cuidado
Nem quero saber do passado
Seja ele bom ou ruim
Quero-te aqui agora
Sem princípio, nem meio, nem fim

E mais além de nós os dois
Há um mais um
Que não estão sós
És tão linda
Brinca amor
C (Como és)
Deixa ouvir a tua voz

Eu não quero o teu ciúme
Isso é chama que devora
Quem de si próprio é curtido
E o teu sorriso
É o melhor de todos
Os shows ao vivo

Eu não quero as tuas mágoas
Eu quero as tuas doces águas
Que eu desejo navegar
É o sumo do teu amor
Que eu quero saborear

E mais além de nós os dois
Há um mais um
Que não estão sós
És tão linda
Brinca amor
C (Como és)
Deixa ouvir a tua voz

E mais além de nós os dois
Há um mais um
Que não estão sós
És tão linda
Brinca amor
C (Como és)
Deixa ouvir a tua voz



(1982) C (Como És) - Jorge Palma

sábado, fevereiro 21, 2004

para um dia de chuva...

"Why shouldn't I work for the N.S.A.? That's a tough one, but I'll give it a shot. Say I'm working at N.S.A. Somebody puts a code on my desk, something nobody else can break. So I take a shot at it and maybe I break it. And I'm real happy with myself, 'cause I did my job well. But maybe that code was the location of some rebel army in North Africa or the Middle East. Once they have that location, they bomb the village where the rebels were hiding and fifteen hundred people I never had a problem with get killed. Now the politicians are sayin', "Send in the marines to secure the area" 'cause they don't give a shit. It won't be their kid over there, gettin' shot. Just like it wasn't them when their number was called, 'cause they were pullin' a tour in the National Guard. It'll be some guy from Southie takin' shrapnel in the ass. And he comes home to find that the plant he used to work at got exported to the country he just got back from. And the guy who put the shrapnel in his ass got his old job, 'cause he'll work for fifteen cents a day and no bathroom breaks. Meanwhile my buddy from Southie realizes the only reason he was over there was so we could install a government that would sell us oil at a good price. And of course the oil companies used the skirmish to scare up oil prices so they could turn a quick buck. A cute little ancillary benefit for them but it ain't helping my buddy at two-fifty a gallon. And naturally they're takin' their sweet time bringin' the oil back, and maybe even took the liberty of hiring an alcoholic skipper who likes to drink martinis and play slalom with the icebergs, and it ain't too long 'til he hits one, spills the oil and kills all the sea life in the North Atlantic. So my buddy's out of work and he can't afford to drive, so he's got to walk to the job interviews, which sucks 'cause the shrapnel in his ass is givin' him chronic hemorrhoids. And meanwhile he's starvin' 'cause every time he tries to get a bite to eat the only blue plate special they're servin' is North Atlantic scrod with Quaker State. So what do I think? I'm holdin' out for somethin' better. Why not just shoot my buddy, take his job and give it to his sworn enemy, hike up gas prices, bomb a village, club a baby seal, hit the hash pipe and join the National Guard? I could be elected president. "

Memorable Quotes from
Good Will Hunting

domingo, fevereiro 01, 2004

"A morte de um cidadão"

Hoje é mais um dos muitos dias tristes que a vida tem. Cheguei há pouco a casa, depois de assistir ao funeral do melhor amigo do meu filho. Chamava-se Sérgio. No domingo assistiu como todos nós às imagens da morte em directo do jogador do Benfica Fehér. Despediu-se dos pais e foi dormir, porque precisava de acordar cedo para ir trabalhar. Infelizmente o Sérgio, de 28 anos, morreu durante o sono aparentemente por uma paragem cardíaca.

Com a morte do Sérgio, o meu filho João, da mesma idade, ficou em estado de choque, pois assim sem mais nem menos ficara sem o amigo que considerava desde os bancos da escola como um segundo irmão. E mais revoltado com a injustiça da vida ficou, ao recordar a morte do verdadeiro irmão, o meu querido filho Luís, atropelado num passeio há precisamente sete anos por um indivíduo alcoolizado que conduzia com uma taxa de 3,5g/l.

O Luís estava a terminar Agronomia e o Sérgio tinha terminado Engenharia na vertente de construção civil. Não eram futebolistas. Não mereceram as condolências do primeiro-ministro nem do Presidente da República. Não mereceram uma linha nos jornais, nem uma imagem nas televisões.

O meu jornal de referência, o Público, mais parecia, na sua edição de terça-feira, um desses jornalecos futeboleiros ditos "desportivos". Lamento-o profundamente. Não pela publicação da notícia sobre a morte do jogador que toda a gente lamenta, mas pelo exagero da reportagem. Era um jovem de 24 anos, não fez 25, exactamente como o meu filho Luís. Só que a morte do Luís e do Sérgio, cidadãos anónimos, excepcionais, provocou nos seus entes queridos a dor e a profunda tristeza para resto da vida; mas como dizia o poeta Chico Buarque numa das suas canções: "A dor da gente não sai no jornal."

António José Pires da Silva
Porto Salvo

in Público 30Jan 2004