A Rota do Chá
Abro os olhos e é palha que vejo. A palha que cobre a tenda, que me protege da luz da tarde.
- O que deseja ? - pergunta uma jovem de jeito angelical, enquanto eu me levanto da lona em que estou deitado.
- O que aconselha? - respondo eu.
e deixo-me levar novamente pelo vento a bater nas arvores, pelo cantar dos pássaros, pelo gatinhar do gato no telhado, ignorando o cigarro que se esfuma como o teu amor por mim. Em minutos.
- Aqui tem. - diz a jovem.
...
Estou a poucos Km de casa e a ânsia de ver-te consome-me. Os espasmos na garganta. A dor constante na barriga.
Telefono-te para saber se queres sair comigo. Não acreditas nas minhas saudades por ti, e penso que te tenho novamente. Ninguém dá tamanha importância ás saudades senão os tolos. Os amantes, apaixonados, enamorados.
Chego a casa e preparo a minha "Rota do Chá". Aqui na minha sala. Procuro todas as almofadas em casa. Espalho-as pelo chão. Acendo as velas que comprei no chinês da zona. Tomo banho, ponho gel, faço a barba. Tudo tem de estar perfeito.
Chegas um pouco atrasada, raro em ti. Mas aceitas que te leve ao colo até ao limite das minhas forças...o topo da rampa. Estas lindamente vestida. O teu corpo, um pouco mais flácido, continua atraente. Entras em casa e estranhas a musica, a escuridão, as velas. Perguntas do que se trata.
- É o meu momento Zen! - exclamo.
Não aparentas estar muito contente com o ambiente. Empurro-te para caíres nas almofadas e ris-te. Deito-me ao teu lado. Mas depois de pousar a minha cabeça sobre o teu ombro levantas-te e dizes que preferes o sofá. Fico irritado com tanta indiferença. Qualquer rapariga ficaria impressionada com um ambiente destes. Mas tu não és uma qualquer.
Controlo a minha irritação e proponho vermos as fotos da minha viagem com amigos. Como só havia uma cadeira disponível, ofereci o meu colo. Tu recusaste um pouco irritada. "Depois queres o braço á volta, depois...é melhor não".
O que tem? Depois beijava-te, tu beijavas de volta. Despia-te lentamente a camisa cobrindo o teu corpo com a minha saliva. E saboreava-te contra as almofadas, sob a luz ténue das velas.
Sentaste-te num banco que foste buscar á cozinha. Não pareceste ligar muito as fotos. Em algumas mostras-te alguma irritação. E preocupavas-te com as horas. Depois de te oferecer chá:
- Não gosto de Chá. - respondeste friamente.
Sabia que estava derrotado. Nunca toleraste muita proximidade. Parecia que querias correr dali para fora a qualquer momento. Mas no entanto foste tu que cancelaste os teus planos para me ver. Que te aprontaste. Que questionaste as minhas saudades por ti...
Não sei como, cheguei ao cerne. Comecei por falar de nós, não sei. Da morte repentina da nossa chama.
E acabaste por admitir que...
Nunca se deixa alguém por razão nenhuma, já a minha irmã o dizia. Disse-o depois.
Depois de ficar vazio por dentro.
Caiu o Carmo e a Trindade...sobre mim.
Tentei saber tudo. Mesmo a remota verdade que não ia querer ouvir. Tudo tornou-se um pouco mais claro. E senti uma enorme paz no interior de mim. Senti-me morto.
Acompanhei-te até a porta. Forcei um beijo rápido. Mas como não reagiste, e apenas te limitaste a fechar os olhos, repeti. E repeti. Sentindo o teu lábio desfazer-se nos meus. E disse:
- Nunca mais te quero ver...
...
pego no cigarro e dou longas baforadas para o ar. O fumo some-se e confunde-se com o céu do entardecer. Bebo mais um golo do chá de mangas e que mais. E fecho os olhos.
Podia morrer agora mesmo. Ao som do vento nos ramos e folhas...o canto dos pássaros...o gato...
"Bippppp....Bippppp...
Estou?
Siimmm, umm?
É só para te dizer que fui injusto contigo ontem...e que podes contar comigo quando precisares. beijos.
beijo. "
Para a M. a S. o Homónimo e especialmente para a minha irmã, que me faz acreditar.
Ps- Visitem a "Rota do Chá" no edifício Artes em Parte, Rua Miguel Bombarda. Porto.
- O que deseja ? - pergunta uma jovem de jeito angelical, enquanto eu me levanto da lona em que estou deitado.
- O que aconselha? - respondo eu.
e deixo-me levar novamente pelo vento a bater nas arvores, pelo cantar dos pássaros, pelo gatinhar do gato no telhado, ignorando o cigarro que se esfuma como o teu amor por mim. Em minutos.
- Aqui tem. - diz a jovem.
...
Estou a poucos Km de casa e a ânsia de ver-te consome-me. Os espasmos na garganta. A dor constante na barriga.
Telefono-te para saber se queres sair comigo. Não acreditas nas minhas saudades por ti, e penso que te tenho novamente. Ninguém dá tamanha importância ás saudades senão os tolos. Os amantes, apaixonados, enamorados.
Chego a casa e preparo a minha "Rota do Chá". Aqui na minha sala. Procuro todas as almofadas em casa. Espalho-as pelo chão. Acendo as velas que comprei no chinês da zona. Tomo banho, ponho gel, faço a barba. Tudo tem de estar perfeito.
Chegas um pouco atrasada, raro em ti. Mas aceitas que te leve ao colo até ao limite das minhas forças...o topo da rampa. Estas lindamente vestida. O teu corpo, um pouco mais flácido, continua atraente. Entras em casa e estranhas a musica, a escuridão, as velas. Perguntas do que se trata.
- É o meu momento Zen! - exclamo.
Não aparentas estar muito contente com o ambiente. Empurro-te para caíres nas almofadas e ris-te. Deito-me ao teu lado. Mas depois de pousar a minha cabeça sobre o teu ombro levantas-te e dizes que preferes o sofá. Fico irritado com tanta indiferença. Qualquer rapariga ficaria impressionada com um ambiente destes. Mas tu não és uma qualquer.
Controlo a minha irritação e proponho vermos as fotos da minha viagem com amigos. Como só havia uma cadeira disponível, ofereci o meu colo. Tu recusaste um pouco irritada. "Depois queres o braço á volta, depois...é melhor não".
O que tem? Depois beijava-te, tu beijavas de volta. Despia-te lentamente a camisa cobrindo o teu corpo com a minha saliva. E saboreava-te contra as almofadas, sob a luz ténue das velas.
Sentaste-te num banco que foste buscar á cozinha. Não pareceste ligar muito as fotos. Em algumas mostras-te alguma irritação. E preocupavas-te com as horas. Depois de te oferecer chá:
- Não gosto de Chá. - respondeste friamente.
Sabia que estava derrotado. Nunca toleraste muita proximidade. Parecia que querias correr dali para fora a qualquer momento. Mas no entanto foste tu que cancelaste os teus planos para me ver. Que te aprontaste. Que questionaste as minhas saudades por ti...
Não sei como, cheguei ao cerne. Comecei por falar de nós, não sei. Da morte repentina da nossa chama.
E acabaste por admitir que...
Nunca se deixa alguém por razão nenhuma, já a minha irmã o dizia. Disse-o depois.
Depois de ficar vazio por dentro.
Caiu o Carmo e a Trindade...sobre mim.
Tentei saber tudo. Mesmo a remota verdade que não ia querer ouvir. Tudo tornou-se um pouco mais claro. E senti uma enorme paz no interior de mim. Senti-me morto.
Acompanhei-te até a porta. Forcei um beijo rápido. Mas como não reagiste, e apenas te limitaste a fechar os olhos, repeti. E repeti. Sentindo o teu lábio desfazer-se nos meus. E disse:
- Nunca mais te quero ver...
...
pego no cigarro e dou longas baforadas para o ar. O fumo some-se e confunde-se com o céu do entardecer. Bebo mais um golo do chá de mangas e que mais. E fecho os olhos.
Podia morrer agora mesmo. Ao som do vento nos ramos e folhas...o canto dos pássaros...o gato...
"Bippppp....Bippppp...
Estou?
Siimmm, umm?
É só para te dizer que fui injusto contigo ontem...e que podes contar comigo quando precisares. beijos.
beijo. "
Para a M. a S. o Homónimo e especialmente para a minha irmã, que me faz acreditar.
Ps- Visitem a "Rota do Chá" no edifício Artes em Parte, Rua Miguel Bombarda. Porto.
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