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quinta-feira, agosto 11, 2005

... é a minha miuda. Percebes?

Tenho sede de ti. Enterro a cabeça na almofada, penso em telefonar-te. Mas não o faço. Não é assim que consigo chegar a ti. Aperto a almofada contra a boca e grito
-Amo-te...Amo-te...Amo-te...Amo-te...
Pensei que estivesse melhor. Ainda ontem dormi perfeitamente, depois de jantar contigo. Jantámos juntos no Mac, como antes. Deste vez ninguém pediu Sunday de chocolate. E pela primeira vez não consegui acabar a minha parte.

Fomos beber café, a mesma bebida de sempre numa ocasião destas mas, num sitio diferente. Porque quero mostrar-te que apesar de ser o mesmo sou melhor.
Estavas sempre a olhar para os lados para o chão. Mas de um momento para o outro, voltaste. Fizeste aquilo que me aborrecia e que tenho tantas saudades.
Olhaste-me nos labios em vez de nos olhos, o contrario do que faria qualquer outra pessoa. Não me consegui conter, e uma bruma passou pelos meus olhos. Gaguejei um pouco e tentei continuar a conversa com o mesmo ritmo.

Convidei-te para passearmos ao pé do rio. Como ja o tinhamos feito tantas vezes no passado.

Fiquei mesmo a espera de uma desculpa. Do frio. Qualquer coisa que me estragasse os planos. Que me mostrasses o inevitavel. Que nunca mais vou poder ser teu.
Mas aceitaste e começaste a sorrir mais ainda. Mesmo como antes.

Entrámos numa loja de roupa. Não me lembro de gostar tanto de estar numa loja de roupa, ou de qualquer tipo. Eu que odeio compras.

Fomos em direcção ao rio.
Tinha tanta vontade de te tocar. De te apertar contra mim. Algumas vezes não me contive e fi-lo sem aparetemente dares por isso. Um toque leve no rabo. Um braço á volta do ombro.
Sentámo-nos num banco perto do rio. E como há 2 anos atraz, pedi permissão para deitar-me no teu colo. Como antes, deixás-te. Mas sem antes colocares a mala no colo. Tal como há 2 anos.

Contei mais algo sobre a Festa da Vila, que decorreu na semana anterior. Enquanto isso, procurei os brincos que te comprei na mesma festa. Aparentemente não estavam no bolso esquerdo como planeado. Tentei não entrar em pânico e procurar melhor. Até os encontrar.

Quando se fez silêncio e olhavas para o lado.

- "o que é isto que tens ao lado da tua orelha?" - Disse-o usando aquele truque de magia barato...o dos filmes.

E mostrei-te os brincos. Eram um coração partido em dois (brincos).

- "não sei se te ficam bem. Mas assim quando os usares, saberás que é o meu coração. E que está partido.

Agora que te dei o meu coração. Só tu o podes consertar. "

Perguntas-te-me porque os estava a oferecer agora. Como se fosse tarde demais.
-"Porque te amo!" - respondi.

Voltei a deitar-me no teu colo. Apertei a tua mão contra o meu coração. E senti uma vontade de a tua mão cruzar-se com a minha. Quando olhei para ti o teu queixo tremia. Apertei a minha cara contra a tua barriga, fechei os olhos, e esperei que me beijasses. Esperei que dissesses que estava tudo bem outra vez. Mas começaste com conversas que se calhar é melhor assim. Que tomaste uma decisão. E depois de uns quantos minutos a falar sobre o assunto, deu em nada.

Convidei-te para dançar. Tu incomodaste-te com o facto de as pessoas estarem a olhar.
Peguei-te ao colo, porque querias ir embora. Fiz de cavalinho como antigamente gostavas. E rias como uma criança. Fiquei tão contente de ter fazer rir. De pegar-te ao colo, de dançar contigo...uma última vez.


Como disse a quem perguntava porque estava assim: Ela pode não gostar do Lux, não gostar de dançar, não aturar a minha tara pelos jornais, mas... é a minha miuda. Percebes?

PS- Não vou ler isto de novo. Não vou corrigir erros. O mais provável é remover este post já amanha. Mas agora tem de ficar assim. Para tentar dormir.