Ninguém o Viu
Passeei pelo parque das nações. Apenas há uns dias atrás. E passei por vários lugares em que estivemos juntos. Alguns bancos em frente ao rio onde, de noite, aquecias-te junto a mim. Nas mesas em que nos lambuzámos com sundays de chocolate. Chocolate extra para ti, claro. No banco ao lado daquela escola naval, com vista para o Oceanário. Onde, há um ano, ficávamos a apanhar banhos de sol. E tu sentada no meu colo, para não sujares as tuas calças brancas.
Em vários, nem todos, perguntei:
- Olhe. Desculpe! Por acaso não viu o amor passar por aqui?
( sem obter resposta, continuei)...
- Ainda há menos de um mês ele estava aqui! Desapareceu sem se despedir! Sem dois beijos cordiais nem nada. Tinha assim uns 2m de largura e outros tantos de altura. Pelo menos!
Olhos verdes de esperança, lábios encarnados de paixão e cabelos castanhos doces como mel, também.
...e continuei pelo trilho fora, junto ao rio. De testa franzida e coração partido.
Ontem o colaço convidou-me para ir ao bairro alto. "Claro" disse eu. Já faz tempo que lá não vou.
Entrámos no 'Lounge', com os seus tons escarlates e som electro pop. Enquanto o Colaço comprava duas pretas, pedi lume a uma rapariga bonita de saia curta e largos 20 anos. Abanei cabeça ao som do prato do dj, e investiguei a Bolsa para investir ( paisagem feminina, diga-se). Passado um pouco, partimos para outra.
Subimos a Bica e encontrei a F. Ainda há poucos meses tinha-a visto e tinha-lhe falado da C#. Claro que perguntou como tudo estava. E também fez questão de dizer que "isso ainda volta". Talvez por simpatia.
Como sempre foi típico dela, ninguém teve de dizer nada. Falou uns 30mins, talvez mais...muitos mais, sobre o seu novo emprego. Assistente Social, delinquência juvenil, charros...o habitual. Foi uma conversa interessante, se tirar-mos o que é deprimente...que é quase tudo.
Depois vagueamos pelo bairro. Os carochos na esquina com as abordagens habituais:
- Haxixe? Coca?.
Os gays, os hipies, os góticos, os camones. Todos lá estavam.
Fomos ao bar do colega do Colaço. Ganhei uma birra. E seguimos para outra. Os cigarros consumiam-se como as solas dos sapatos. Quando a certa altura pedi lume a duas moças que passavam:
- Estava mesmo á tua espera. - disse ela, de isqueiro na mão.
Perguntei-me se ela referia ao isqueiro ou á mesma. E disse obrigado.
Entrámos num bar todo jazz. Com Saxofones e Armstrongs na decoração. E comecei a morrer aí, como a noite. Pensei no café que teria no dia seguinte com a S. E menosprezei-te durante umas horas. Até acordar coberto de suor ás 8h.
...
- Psst! PSST!
virei-me e não encontrei quem me chamava. Era no mesmo local onde tirei a foto dos pescadores da meia-noite. Contigo, impaciente de frio, a meu lado.
- Ninguém o Viu.
PS- Este vai direitinho para o Colaço. Sempre pronto a ajudar e companheiro de boas histórias que recordarei com lágrima no olho e sorriso nos lábios.
Em vários, nem todos, perguntei:
- Olhe. Desculpe! Por acaso não viu o amor passar por aqui?
( sem obter resposta, continuei)...
- Ainda há menos de um mês ele estava aqui! Desapareceu sem se despedir! Sem dois beijos cordiais nem nada. Tinha assim uns 2m de largura e outros tantos de altura. Pelo menos!
Olhos verdes de esperança, lábios encarnados de paixão e cabelos castanhos doces como mel, também.
...e continuei pelo trilho fora, junto ao rio. De testa franzida e coração partido.
Ontem o colaço convidou-me para ir ao bairro alto. "Claro" disse eu. Já faz tempo que lá não vou.
Entrámos no 'Lounge', com os seus tons escarlates e som electro pop. Enquanto o Colaço comprava duas pretas, pedi lume a uma rapariga bonita de saia curta e largos 20 anos. Abanei cabeça ao som do prato do dj, e investiguei a Bolsa para investir ( paisagem feminina, diga-se). Passado um pouco, partimos para outra.
Subimos a Bica e encontrei a F. Ainda há poucos meses tinha-a visto e tinha-lhe falado da C#. Claro que perguntou como tudo estava. E também fez questão de dizer que "isso ainda volta". Talvez por simpatia.
Como sempre foi típico dela, ninguém teve de dizer nada. Falou uns 30mins, talvez mais...muitos mais, sobre o seu novo emprego. Assistente Social, delinquência juvenil, charros...o habitual. Foi uma conversa interessante, se tirar-mos o que é deprimente...que é quase tudo.
Depois vagueamos pelo bairro. Os carochos na esquina com as abordagens habituais:
- Haxixe? Coca?.
Os gays, os hipies, os góticos, os camones. Todos lá estavam.
Fomos ao bar do colega do Colaço. Ganhei uma birra. E seguimos para outra. Os cigarros consumiam-se como as solas dos sapatos. Quando a certa altura pedi lume a duas moças que passavam:
- Estava mesmo á tua espera. - disse ela, de isqueiro na mão.
Perguntei-me se ela referia ao isqueiro ou á mesma. E disse obrigado.
Entrámos num bar todo jazz. Com Saxofones e Armstrongs na decoração. E comecei a morrer aí, como a noite. Pensei no café que teria no dia seguinte com a S. E menosprezei-te durante umas horas. Até acordar coberto de suor ás 8h.
...
- Psst! PSST!
virei-me e não encontrei quem me chamava. Era no mesmo local onde tirei a foto dos pescadores da meia-noite. Contigo, impaciente de frio, a meu lado.
- Ninguém o Viu.
PS- Este vai direitinho para o Colaço. Sempre pronto a ajudar e companheiro de boas histórias que recordarei com lágrima no olho e sorriso nos lábios.
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