badge

quinta-feira, outubro 23, 2003

Just a Shooting Star

O Elliott Smith morreu. Aparentemente suicidou-se. Com uma facada no peito, onde uma dor qualquer o esmagava e que a musica por si, não foi capaz de exprimir, soltar ou explicar. Morreu como era certo que morreria, pelas proprias mãos, angustiado por um mundo que nunca compreendou (ou que nunca o compreendeu a ele?), tropençado no caminho para uma genialidade que já ninguém lhe podia roubar.
É injusto querer compara-lo a um Lennon ou um McCartney. Elliott Smith sempre foi um George Harrisson, um tipo sossegado e de qualidades escondidas, com a unica diferença de viver debaixo da sombra de si proprio. Os seus albuns, as suas musicas são imagens cruas, más, sofridas e crueis de alguém que parte. De alguém que se vai embora sem que não percebamos porquê. Como ele proprio diria em "I didn't understand". O amor sempre o amor. Ou talvez mais a falta dele. Ou a insatisfação de alguém a quem o mundo irritava como uma comichão inexplicável.

É verdade que o Elliott Smith morreu. Leio-o em todo o lado, está morto. Sentir esta imbecilidade de que a musica dele viverá para sempre, o chavão idiota de que estará aqui, comigo para sempre. Tretas... Finalmente sei o que sentiu o Don MacLean quando escreveu o American Pie.

I cant remembered if i cried
when i read about his widowed bride
something touched me deep inside
the day
the music died