Teen Music For The Masses
Musica do Dia : Stone Temple Pilots - Plush
Kurt Cobain morreu dia 8 de Abril de 1994. Ia eu fazer 15 anos um mês mais tarde, andava no 9º ano. Nào ligava propriamente a musica como nào ligava mais nada a coisa nenhuma. Era um puto, embrutecido. Em 94 fiz a minha ultima colecçào de cromos, com as fronhas de todos os jogadores de todas as selecções da World Cup USA 94. Era o tempo do Romário e do Bebeto no Brasil, o Stoitchkov da Bulgária, o Ronald Koeman da Holanda, o Hagi da Roménia, Maradona, Cannigia e Batistuta na Argentina. Jorge Campos, aquele guarda-redes louco que jogava a ponta de lança. Roger Milla a jogar pelos Camarões já com trinta e muitos anos. Preud Homme a ser o melhor guarda redes do mundo e a assinar pelo Benfica. O Roberto Baggio e o Baresi a falharem os penaltis na final. Tanto tempo.
Quando o Kurt Cobain morreu pouco ou nada sabia sobre a chamada cultura grunge. Dos Nirvana conhecia um pouco do In Utero. Do Nevermind tinha a memoria da capa, do puto nú a nadar submerso em busca do dolar perdido. Quando o Kurt Cobain morreu sabia de musica o que ouvia à minha volta, nos intervalos da escola, nas conversas ouvidas de longe entre o pessoal mais velho. Versus, o segundo album dos Pearl Jam, estava a anos-luz do Ten. Os Soul Asylum dominavam os tops com clip sobre crianças desaparecidas. O Ruben trazia, tirado à socapa da prateleira do irmào o vinil do Dirt, dos Alice In Chains. Mais tarde ouvi-os todos. Stone Temple Pilots, Temple Of The Dog, SoundGarden, Faith No More... Mas se calhar tarde de mais, no final do rastilho, quando já nào fazia sentido.
Passei o secundário rodeado de grunge, de punk, longe da electronica que entretanto se instalava. Encontrei o Dirt e o Angel Dust dos Faith No More perdido numa colecçào de cds estranha que o Nuno tinha lá por casa. Fui com o Gil a pé ao Jumbo comprar o Vitology dos Pearl Jam. O Gil a gravar-me K7s que ilustrava nas aulas que acabou por chumbar. O grande King For a Day (dos Faith No More), One Hot Minute (dos Red Hot Chili Peppers), MTV Unplugged (Dos Alice In Chains e o dos Nirvana), SuperUnknown (SoundGarden), Temple Of The Dog, uma OST chamada Tales From The Crypt que abria exactamente com o Hey Man Nice Shot dos Filter, uma musica que falava de como o tiro na cabeça do Kurt Cobain tinha trazido tanta confusào e atençào ao universo grunge.
Em 1994 aprendi pela primeira vez o vazio de ouvir musica com a certeza de que nada como isto se fará mais alguma vez. Nào era mais possivel. E nem o Unplugged In New York serviu de consolo. Kurt Cobain estava morto, para mais ninguém a seguir lhe roubar o trono do mal-vestido, mal-amado, mal-cantado, mal-sofrido. Morto como aprendi algures no tempo que o Jim Morrison estava morto, como o John Lennon, Jimi Hendrix, Freddy Mercury, Jeff Buckley e tantos outros estavam mortos, mortos para mais nada fazerem, nada de novo criarem nunca mais voltarem. E com o tempo e a idade aprende-se isso, tudo o que é bom está lá atrás, icons como esses... Nunca mais.
Tenho uma prima com 15 anos. Gravo-lhe de vez em quando cds de Eminem, Linkin Park, Avril Lavigne. Consigo enfiar lá pelo meio uns Red Hot Chili Peppers, mas até esses já nào sào os mesmos do "Breaking The Girl". Até os Metallica andam na merda. Já nem falo de hip-hop. Yo yo yo. Quero o meu grunge de volta.
Kurt Cobain morreu dia 8 de Abril de 1994. Ia eu fazer 15 anos um mês mais tarde, andava no 9º ano. Nào ligava propriamente a musica como nào ligava mais nada a coisa nenhuma. Era um puto, embrutecido. Em 94 fiz a minha ultima colecçào de cromos, com as fronhas de todos os jogadores de todas as selecções da World Cup USA 94. Era o tempo do Romário e do Bebeto no Brasil, o Stoitchkov da Bulgária, o Ronald Koeman da Holanda, o Hagi da Roménia, Maradona, Cannigia e Batistuta na Argentina. Jorge Campos, aquele guarda-redes louco que jogava a ponta de lança. Roger Milla a jogar pelos Camarões já com trinta e muitos anos. Preud Homme a ser o melhor guarda redes do mundo e a assinar pelo Benfica. O Roberto Baggio e o Baresi a falharem os penaltis na final. Tanto tempo.
Quando o Kurt Cobain morreu pouco ou nada sabia sobre a chamada cultura grunge. Dos Nirvana conhecia um pouco do In Utero. Do Nevermind tinha a memoria da capa, do puto nú a nadar submerso em busca do dolar perdido. Quando o Kurt Cobain morreu sabia de musica o que ouvia à minha volta, nos intervalos da escola, nas conversas ouvidas de longe entre o pessoal mais velho. Versus, o segundo album dos Pearl Jam, estava a anos-luz do Ten. Os Soul Asylum dominavam os tops com clip sobre crianças desaparecidas. O Ruben trazia, tirado à socapa da prateleira do irmào o vinil do Dirt, dos Alice In Chains. Mais tarde ouvi-os todos. Stone Temple Pilots, Temple Of The Dog, SoundGarden, Faith No More... Mas se calhar tarde de mais, no final do rastilho, quando já nào fazia sentido.
Passei o secundário rodeado de grunge, de punk, longe da electronica que entretanto se instalava. Encontrei o Dirt e o Angel Dust dos Faith No More perdido numa colecçào de cds estranha que o Nuno tinha lá por casa. Fui com o Gil a pé ao Jumbo comprar o Vitology dos Pearl Jam. O Gil a gravar-me K7s que ilustrava nas aulas que acabou por chumbar. O grande King For a Day (dos Faith No More), One Hot Minute (dos Red Hot Chili Peppers), MTV Unplugged (Dos Alice In Chains e o dos Nirvana), SuperUnknown (SoundGarden), Temple Of The Dog, uma OST chamada Tales From The Crypt que abria exactamente com o Hey Man Nice Shot dos Filter, uma musica que falava de como o tiro na cabeça do Kurt Cobain tinha trazido tanta confusào e atençào ao universo grunge.
Em 1994 aprendi pela primeira vez o vazio de ouvir musica com a certeza de que nada como isto se fará mais alguma vez. Nào era mais possivel. E nem o Unplugged In New York serviu de consolo. Kurt Cobain estava morto, para mais ninguém a seguir lhe roubar o trono do mal-vestido, mal-amado, mal-cantado, mal-sofrido. Morto como aprendi algures no tempo que o Jim Morrison estava morto, como o John Lennon, Jimi Hendrix, Freddy Mercury, Jeff Buckley e tantos outros estavam mortos, mortos para mais nada fazerem, nada de novo criarem nunca mais voltarem. E com o tempo e a idade aprende-se isso, tudo o que é bom está lá atrás, icons como esses... Nunca mais.
Tenho uma prima com 15 anos. Gravo-lhe de vez em quando cds de Eminem, Linkin Park, Avril Lavigne. Consigo enfiar lá pelo meio uns Red Hot Chili Peppers, mas até esses já nào sào os mesmos do "Breaking The Girl". Até os Metallica andam na merda. Já nem falo de hip-hop. Yo yo yo. Quero o meu grunge de volta.
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