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sexta-feira, outubro 10, 2003

Desportista amador....

Não tenho escrito com tanta frequência como antes...ou melhor...com nenhuma. Estava aqui a magicar como posso contar tudo o que aconteceu...e lembrei-me que tenho acompanhado o paul...bem...ele é que me tem acompanhado. No comboio...enquanto arroxo (de tal maneira quem nem me recordo depois como lá fui parar), ele continua aconchegado entre CDs, data cheets, slides e quick references...não se queixa. Mas posso começar por me desculpar (ou não) com ajuda do "hugo" de um blogue que leio frequentemente.

"Foi em Nova Iorque que aprendi que viver é muito mais importante que escrever. E nem tudo o que nos acontece é susceptível de ser literatura."

No fim-de-semana passado fui ao casamento de um acidentado do caralho. S. foi uma pessoa que acompanhou grande parte da minha vida mas que fez pouco parte dela. E foi muito estranho olhar para o altar...tudo demasiado branco para os meus olhos descrentes...e imagina-lo, ou mesmo vê-lo há meses...anos atrás. Imagens amareladas plo tempo (como nas fotografias). Restos de memórias programadas para esquecer. Acampar na Castanheira...a 4L...os copos na Vila...o acidente...a pseudo-noite no indochina. Porra Best!...como é que foste aí parar?
Se há coisas que mudam...outras continuam na mesma...elas vertem-se como grades de cerveja ao lado da igreja. As musas. E depois não passam de uma dor de cabeça...bons momentos e uma grande dor de cabeça. Insónias quando a dor de cabeça passa...chagas quando acordo.
Tento fintar a náusea a caminho da Big P (Mais tarde veio a revelar-se insuficiente...fui rasteirado por traz...a minha mãe ainda perguntou se era "das misturas" mas o arbitro não viu nada...nunca vê). P. apalpa o asfalto como poucos, e fez o favor de abrandar (team work) para me isolar para a baliza da boa disposição. Fraco jogador que sou (campeonato regional com sorte) só lá fui com um chá...dois até. 29 é um sitio simpático, mas que não disfarça o espanto por ver um cromo de fato e gravata.
Entro na Big P e recordo a excitação de antes. Muito mudou naquela jaula da diversão. Os animais continuam lá...e há de todos os tipos. Cedo me farto da musica. Um passo aqui um ar de mau ali e livro E. de piropos indesejáveis. Num momento de puro exibicionismo convido E. e S2.(ou melhor... a S.) para deixar o pouco confortável encosto da coluna. Tento manter-me o max no pobre ritmo...e encontro 1 escape:
(a S. encontra-se novamente no deixamecadescansarospes improvisado)
- 15 min nos sofás para descansar e voltamos para aqui, combinado?
Coloquei o telemóvel na mesa. Virado para baixo...para que S. não visse o CHUPA-ME! no display (não podia causar má impressão). Afinal, era apenas a mulher mais linda daquela sala que estava sentada a meu lado. Olhei o cronometro (fingindo contar os minutos, segundos que faltavam) e em pouco tempo o tempo deixou de existir. Afinal...será que ele existe mesmo? Não somos nós que passamos por ele? Ele de certeza não passa por nós...nunca o vi! Ou ele só faz sentido através de nós...tornarmo-nos na razão da existência do tempo. Só apartir do momento em que nasci é que ele passou a ter sentido. O sentido que lhe dou. (Sim Sr Dr. encenadora S., eu pensei no assunto). Vou tentar recuperar os sentidos a esta diarreia mental...hum...pois...estava aqui-> sons fizeram-se palavras, palavras fizeram-se frases...frases foi o que restou. Sorrisos tímidos de quem não se conhece e se mostra (aparentemente). Se dá a mostrar, a conhecer. Em algumas horas, a conversa vai de vento em poupa...o mar esta calmo e já falamos de compromisso...no de S. . O ar encharcou-se de dor que não era a minha. Não percebi porquê. Não explorei mais o tema e fiz o que faço sempre que tenho medo da resposta...sorri, e fiz-te sorrir.(achei apenas que brincaste demasiado aos mágicos...agora vês a minha aliança...agora já não...). No momento em que sorrias e o teu olhar se tornava diferente, livre das mascaras em que nos escondemos...imaginei-me a teu lado. E se...E se num momento algum nos tivéssemos encontrado...e tudo fosse diferente...se eu deixasse tudo em que acredito e te deixasse acabar o truque de magia...se aproveitasse o momento e te beijasse...mas as musas...as musas vertem-se como grades de cerveja ao lado da igreja.


( J. alarma-me) "e se ela te Beijar!?"

.................................................................................(C. explica-se) "e se eu não dissesse nada? dizias isso?"

.......................................(C.)"Não entendes...não sabes o que passei..."


................(H.)"Se eu quisesse aproveitar o momento...beijava-te agora mesmo..."


..............................................................(D.) "Porque se não me for embora...beijo-te..."






PS - Qualquer semelhança com a realidade é pura manobra do tempo...perguntem a ele. E já agora, se o virem....digam que se vá FODER!!