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quinta-feira, novembro 24, 2005

Intermitências...daqui prá frente.

Comprei o mais recente livro do Saramago, "As Intermitências da morte".
Comprei-o nos armazéns do chiado. Quando entrei na loja, tentei lembrar-me da última vez que ali tinha estado. Foi, com certeza, numa outra vida. Quando ela ainda não tinha perecido.

Fui para o Vertigo na altura certa. No lusco Fusco. Quando baixam as luzes e acedem velas. Velas que iluminam (por vezes) muito mais que a chama dos tolos que estão em meu redor.
Peço um Capo e devolvem-me a placa 13, para mais tarde proceder ao pagamento.

Abro o livro, começo a ler. E se a morte deixasse de bater a porta?

E se ela não estivesse morta?

O Capo arrefece. A placa reflecte cores nos contornos do seu 13.

31ª entrada no Caderno Azul : As intermitências do Amor 18/11/2005

A Intermitência do Amor...e se ele nunca terminasse.

Porra, isso seria uma chatice.


( para pensar nos próximos dias )...

29ª entrada no Caderno Azul :
"Intermitências da morte" do Saramago e Nº13 da mesa do Vertigo.
17/11/2005 19h13.

PS - Faça favor de clicar em comments e escrever qualquer coisa...Obrigado.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Achas mesmo que o amor termina?
..."As intermitências do amor"... hum... a intermitÊncia de um sentimento não implica o seu fim... Achas que o período letárgico de um sentimento implica a sua extinção?
Chatice seria se o sentimento tivesse sempre a mesma intensidade... mas a refutar isso está a vida. Ela molda-nos... Aposto que cada dia que passa não és o mesmo... por mais imperceptível que fosse, depois de uma lágrima, de uma dor ou de um sorriso, "o teu cerne" amadureceu...
PS: se concordares aceita este comentário e se não concordares... olha que porra... estamos numa democracia... aceita-o à mesma!

24/11/05 12:38  
Blogger .:X:. said...

Gostei muito da tua 29ª entrada...

24/11/05 15:41  
Blogger BrunoS said...

Caro anónimo
«"As intermitências do amor"... hum... a intermitência de um sentimento não implica o seu fim...»

O sentido que estou a dar a "intermitência do amor" é exactamente o oposto. Vai no mesmo sentido da "intermitência da morte", como no livro. A incapacidade de haver um fim, no meu caso, do Amor.

Daí também concordar com :
«Chatice seria se o sentimento tivesse sempre a mesma intensidade... »
porque se o Amor não morresse, não haveria perda. Não haveria altos e baixos. Não existiria risco.
E seriam muito do mesmo...uma chatice.

Por isso poderei dizer que concordo com quase tudo o que disseste, excepto o anónimo.

Um abraço, BrunoS

24/11/05 18:01  
Anonymous Anónimo said...

he he he... concordamos então em muita coisa... quase tudo... excepto no anónimo!!!

PS: O risco dá sabor às coisas! Parece-me que achas que não é risco nenhum assumir-se como anónimo... Fica bem

24/11/05 18:33  
Blogger Cucu said...

Pergunto-me se o caderno já não está cheio?! :P

24/11/05 22:11  
Anonymous Anónimo said...

Será mesmo que seria uma chatice se o amor nunca acabasse??Ou será que achamos uma chatisse cada vez que ele acaba??...;)

2/12/05 20:16  
Blogger BrunoS said...

Achamos uma chatice quando acaba (acho que a maioria). Talvez "chatice" seja uma palavra pouco abrangente neste contexto.

Mas assim como a morte faz-nos dar mais valor à vida, o fim dá importância ao início.

Muitas vezes (para não dizer todas) damos valor ao que temos pela sua ausência. Como a fome. Apercebes-te como é bom ficar de barriga cheia depois do estômago roncar.
Será que água sabe melhor em qualquer outra altura que não seja depois de uma grande caminhada?

A experiência de dor, e tudo o que isso desencadeia, é o que nos separa de seres autómatos (de uma forma simplista).

Nunca deixei de caminhar após me (re)tirarem o tapete dos pés. Mas fiquei muito tempo parado no tapete...sem fazer um único passo.

3/12/05 02:41  

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