O comboio chamado Tempo
Pára! - grito.
Pára Porra!! - ordeno ao comboio que teima em partir, ignorando as minha súplicas. Mesmo depois de pontapear as portas.
E fico a ver-te desaparecer. A fundires-te com a paisagem do passado, com o vestido florido que te ofereci em tempos.
A viagem prossegue. E eu continuo fechado dentro deste comboio chamado Tempo. Ele segue, acelerando. Atravessando os acontecimentos que passam lá fora. Os primeiros beijos. As viagens. As paixões, amores e os fins amargos. Muitas das vezes não os consigo focar, tal é a velocidade a que eles passam sobre mim, e perdem-se. Outros demoram muito tempo a passar. O comboio vê-se obrigado a abrandar (mas teima em não parar) e leva os meus vários eus a perder a paciência. (Uns sentados á janela, outros de pé) "Todos temos tarefas importantes a cumprir! Não podemos ficar parados neste acontecimentos."
No display a informação intermitente:
"próxima paragem...
felicidade..."
E adormeço de cabeça encostada ao vidro, mergulhado num sono hipnótico de linhas dos carris ao lado. Carris de outro comboio chamado Tempo. Tempo que não é o meu.
(Talvez seja este o comboio que esperas)
Para acordar e ver-te desaparecer.
A fundires-te com a paisagem do passado. Com o vestido florido que te ofereci em tempos.
2 Comments:
Já me tinha esquecido que tb gosto de escrever... qd te leio fico sempre com a pressa de apanhar o meu próximo comboio e chegar a uma estação chamada:
"Era uma vez uma história..."
Não páres.
Beijos e flores,
.X.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Enviar um comentário
<< Home